Tecnologia, organização, eficiência e qualidade das fábricas chinesas fizeram crescer entre os empresários cearenses a certeza de que compensa mais encomendar seus produtos no exterior do que produzir a linha no CE
No final de 2011, cerca de 30 representantes de indústrias de confecção e têxtil do Ceará estiveram na China visitando fábricas e conhecendo seus processos produtivos. O que os empresários viram é preocupante para o futuro das empresas cearenses. Não dá para competir com a qualidade e preços dos produtos chineses. A opção é importar.
Erick Picanço, consultor de negócios e diretor comercial da indústria de lingerie Feminize, de Maranguape, diz que a tecnologia, organização, eficiência e qualidade das fábricas chinesas fizeram crescer entre os empresários cearenses a certeza de que compensa mais encomendar seus produtos, a partir de moldes enviados, do que produzir toda a linha no Estado.
“A ideia é que parte de nossa produção seja substituída, terceirizada na China. Aqui não vamos conseguir ter preço”, diz. Essa medida representaria uma redução de 40%, aproximadamente, dos custos das empresas cearenses, mantendo a mesma qualidade e, inclusive, aceitando encomendas dentro do padrão de produção local.
Vagas perdidas
Em 2010, os produtos chineses representaram 30% das importações de têxtil do Ceará. “E, de lá para cá, não aconteceu nenhum movimento tributário que modificasse este cenário. As estimativas são as de que, em 2011, esse volume de importações tenha sido de 35%”. O sistema tributário chinês e os impostos sobre a produção também seriam bem menores e mais convidativos para os empreendedores que aqui. “Enquanto isso, tivemos uma redução de 20% da alíquota do contrato patronal, além de um novo imposto que recolhe 1,5% do faturamento das empresas”, reclama.
Testes
Na comitiva estavam representantes não apenas do setor de lingerie, mas também calçadista e de modinha (camisetas e shorts).
Malwee
A fábrica atual da Malwee funciona em um prédio menor, alugado. Com a nova unidade, a previsão é a de que sejam gerados 2.390 empregos diretos, segundo dados repassados pela Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece).
Entenda a Notícia
Comitiva com cerca de 30 representantes das indústrias de confecção, têxtil, calçados e modinha cearenses visitaram indústrias na China e, já a partir deste ano, começarão a fazer testes importando produção destas fábricas.
Números
1,7 milhões de empregos são gerados pelo setor de confecção e têxtil no Brasil. 120 mil empregos são gerados no Ceará pelo setor de confecção, o que representa 7% do total nacional.
40 porcento é a economia que as indústrias cearenses terão com a substituição da produção por importação.
Entenda a Série
Fonte: O povo
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